domingo, 28 de agosto de 2016

Mundo estranho, Eu, ser estranho!



Um dia desses vou sumir, esse não é o meu mundo, eu não entendo essas pessoas, não me sinto a vontade, não são eles, sou eu. Eu que não sou daqui. Nada disso me pertence e eu não pertenço a nada disso. Que droga, que ódio, que dor, que tristeza. Não é falta de esforço, eu simplesmente não consigo me adaptar, eu simplesmente só queria sumir, como se eu nunca tivesse existido (embora minhas suspeitas sejam essas a muito tempo, eu acho que nunca existi de verdade).

Não é coisa da minha cabeça, por favor, não é. Eu não tô ficando louca, eu não quero isso, eu nunca quis me sentir assim. Me responda, quem gostaria de se sentir assim? Ninguém, e eu não sou exceção, daria tudo que tenho por um lugarzinho, um lugar onde eu fosse igual a todo mundo, onde eu conseguisse me sentir bem, onde eu me sentisse em casa, onde as coisas fizessem sentido.

Mas esse lugar não existe, porque seres como eu não existem, estou sozinha nessa angustia de sumir, desaparecer; esse mundo, essas pessoas, tudo me sufoca, quando mais me aproximo, mais me sinto diferente, mais me sinto estranha, fico menos a vontade. Por que meu Deus, por que não posso ser igual a todo mundo? Eu já tentei tanto e todas as minhas tentativas foram fracassadas, me machuquei, me machucaram. Cada dia me convenço mais, eu não sou daqui, não faço parte daqui. Mas do que faço parte então? De nada, de nada. Vazia, sozinha, no frio, sofrendo por incompreensão.

Estou perdendo as forças, me sinto fraca e cada dia opto por me isolar, assim, sozinha comigo, não sinto que sou estranha, não vejo a graciosidade de quem pode ser o que nunca serei, normal e feliz, leve e livre. Estou presa a meus fantasmas, a meus medos, males da alma que me aprisionam pelo pé, que me arrastam e me sufocam.

Uma dor no peito que só aumenta, seus remédios não fazem efeito pra mim, sou estranha, gostos estranho, jeito triste, melancólico, diferente de tudo, principalmente, diferente. Vivo em meu universo particular, tão pequeno que só cabe a mim. Aqui fico sozinha, e aqui já não me sinto mais tão sozinha, a musica me faz companhia,  mas quando tenho que sair daqui e interagir, eu sinto que preciso sumir, preciso fugir e me esconder. A alegria contagiante das pessoas nunca me contagia, e eu não quero contagia-los com minha dor, vou parecer mais estranha, não preciso disso.

Preciso de um pedaço de mundo que não existe. Eu nasci com defeito, sem concerto, a dor dói de um jeito inexplicável. Eu não consigo explicar e ainda que pudesse, você nunca intenderia, ninguém entenderia. Eu só quero ir embora, eu só quero sumir daqui.


“Algumas pessoas morrem aos 20 anos e só são sepultadas aos 80.”

by Bel

Um comentário:

  1. Oie...sei que é meio estranho uma alien aparecer assim e contactar rs...mas estava buscando umas coisas e de repente apareceu esse site e...achei interessante.Quer conversar um pouco? fiquei curiosa para te conhecer e áh!uma coincidencia...tambem me chamo Bel rs.Prazer!♡

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