quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A Nogueira e o Carvalho (parte II)




   Ele ficou com a indignação e a inconformação como companhias.

   E ela fugiu com sua dor e tristezas, voltou para o seu canto solitário,onde chorou.

  Depois de tantos anos, sentiu-se tentada em sair do círculo, mas tinha medo.Medo do que fosse acontecer, por mais que seu coração pedissse ou até mesmo gritasse, ela não poderia colocar em risco as outras pessoas, porém o que ele disse fazia todo sentido, algo dentro dela começava a mudar, crescer, ganhar força.

   Ela chorou de medo até dormir.

  Passaram-se dias, ele sentiu a falta dela que não descia do galho nem para se alimentar. Ele temia que ela tivesse ido embora, pois nem seu cheiro era perceptível mais.

   No cair da tarde, viu uma coruja pousada num galho mais abaixo, e perguntou-a se havia uma onça deitada no galho acima, e sua resposta:

   -Se há,está muito bem escondida,não serei eu a cutucá-la. Lá em cima o que tem é apenas silêncio...

   Então ele foi até o Rio pegou alguma coisa e deixou ao pé da nogueira.O cheiro chamou a atenção dela que desceu e se alimentou.Quando ele percebeu que ela estava em solo,veio sorrateiro,e surgindo de repente:

   -Vejo que gostou do que eu trouxe para você!

   Ela agradeceu com um gesto suave com a cabeça, e olhando para ele perguntou:

   -Por que fez isso?

   -Porque não acho justo uma criatura como você,viver numa prisão como essa!

   -Diga-me teu nome!

   -Chama-me jacaré! -respondeu altivamente.

   Ela olhou,sorriu e subiu em sua árvore mais uma vez.

   Esta cena se repetiu várias vezes, por alguns dias...

  Os encontros eram casuais,de muita conversa e troca de afinidades. Aos poucos ele ganhou a confiança dela, alguns sorrisos e algo mais estava indo junto.Haviam dias em que ela esperava angustiadamente o sinal da presença dele, para falar-lhe do que fosse e ele também.
   As vezes assuntos banais, piadas, os dois gastavam tempo um com outro, horas conversando e nem percebiam o tempo passar.

   Numa certa noite de Lua Nova à pino, ele deitado debaixo de seu carvalho,e ela no galho mais baixo de sua árvore, conversavam como de costume:

   -Você tem sonhos? -perguntou ela.

   Ele olhou para cima,e disse:

   -Ser livre,voar...

   -E você não é?

   -Sou sim,mas é que eu queria asas...

   -Eu também... - completou suspirando e contemplando as estrelas.

  -Imagina quanta coisa pra se ver nesse céu,quantos lugares...Você já... ah! desculpa esqueci que nunca saiu daqui. Mesmo não tendo asas não me limitei ao Rio ou suas margens, vou sempre mais à diante, já cheguei até no litoral, o mar, ah! o mar... ele é lindo! Um dia te levo lá, mas não gosto de praia não, é bom à noite...

   -Deve ser lindo mesmo, as ondas toda aquela imensidão... -a medida com que ela falava seus olhos se enchiam de brilho e era nítida a curiosidade dela.

  Naquela noite,a Lua foi testemunha de algo incomum naquele canto da terra, naquele pedaço de mata, o brotar de uma semente diferente. Os dois se olhavam profundamente, e de certa forma suas almas puderam se sentir e se identificaram numa permanência irresistível, e mesmo presos a seus corpos, ela sentiu que uma coisa maior já habitava dentro dela.

  E num instante, quando ele se deu por conta estavam tão perto um do outro, que suas mãos já estavam juntas, seus rostos tão próximos que quase se enserraram num beijo muito desejado pelos dois.

   Ao perceber a proximidade, ela se assustou e fugiu. Confusa, correu para o Rio:

  -O que será de nós?! Não podemos! Pertencemos a universos diferentes...

 E em lágrimas novamente, viu as coisas se complicarem, se apavorou. Retornando à sua furtividade. Daí nos dias que se seguiram, ela tentou evitá-lo, entretanto a necessidade de falar e ouvir a voz dele era tão grande que ela não podia suportar. Fugia dele o quanto podia, trocou os horários de suas idas ao Rio, passou a caçar e se alimentar no final da madrugada.

  Por uns dias isso funcionou. E a vontade que sentia de vê-lo, falar-lhe ainda que de longe era grande e só crescia.

  Ele também a queria por perto, e discretamente a procurou como pôde, mas sabia onde ela estava, a questão era como trazê-la para o chão sem assustá-la.

   Tentou sondar com a coruja, mas ela pouco sabia. Então quis espreitá-la, montou guarda no pé da nogueira e esperou durante todo o dia, mas nada dela aparecer.

   Veio a tarde e a noite daquele dia, nem sinal dela. Subir até ela, ele não podia, ela descer também não iria, meus amigos estamos diante de um impasse...

   Embora a solução para tal fosse simples, ele receava a sua reação resolvendo esperar.
   Quando veio a madrugada, ela desceu, ele a seguiu.

  Uma noite de Lua linda no céu, estava quente, depois de comer, ela quis se banhar no Rio, ele acompanhou, e quando ela estava bem tranqüila se refrescando ele emergiu na flor d'agua;

   -Buuu! -ele disse.

   -Idiota! -resmungou assustada -O que faz aqui?

  -Vi que finalmente desceu daquela bendita árvore! O que tem lá em cima que te segura tanto? -disse isso sorrindo.

   Ela sorriu também, e mesmo que quisesse negar, não poderia pois que seu desejo era grande em vê-lo, e aquele momento descontraído no Rio fora especial. Fazia tempo que ela não ria tanto, e uma leveza tomava conta dela:

   -Você nada bem pra uma gata...

   -Somos ótimas nadadoras, predadoras em qualquer ambiente.

   -Uau...mas você não faz isso...Dizendo assim, ele submergiu ficando alguns minutos sumido, ela chamou por ele, e nada dele aparecer.De repente, eis que ele surge sob os pés dela e a ergue para fora d'água.
 
   Uma brincadeira inocente,que arrancou-lhe boas gargalhadas. A bagunça deles se ouvia de longe, despertando a curiosidade de alguns. Assim nem perceberam o raiar do dia.

   Cansados, eles sairam da água, e enquanto caminhavam para suas árvores se diziam:

   -Foi divertido, obrigada,mas aquele susto não teve a menor graça...

   -Nem seu sumiço!Faz mais isso não,ok? -pediu ele, e acrescentou -seu sorriso é tão lindo, gostei de vê-lo, sorria mais!

   Entre um sorrizinho bobo, uma resposta corada:

   -Ok!

  Ela subiu, e dessa vez quem ficou com coisas na cabeça era ele. Esse jeitinho bobo dela estava ganhando espaço dentro dele. Seu sangue frio começara a se aquecer, e o mesmo tanto que isso o perturbava, também o atiçava. Estava se encantando com ela, percebia o perigo e as possíveis complicações que poderiam acontecer, entretanto a atração entre eles era irresistível, forte demais para controlar.

   Suas cascas poderiam pertencer a mundos diferentes, porém suas almas já se conheciam por isso ficavam tão à vontade um com o outro.
 

               (continua)
























O essencial

O ESSENCIAL 

Olhar nos olhos sem se desviar
Caminhar lado a lado não importa o quão complicado tudo possa se tornar
E se em tuas   mãos eu pegar não soltarei pois isso não poderá ser em vão

Que atenção e essa que requeres porque assim me persegues diz me onde  irei
Para desta vida não mais me perder
Entre peço sem preço sem limites aceso o fogo

Súplicas no olhar atravessa minha alma
Despe-me de toda calma afugenta de mim toda forma que haja de me  salvar desta sutileza a frágil beleza

Atenta para a fome que assola
Não consome o corpo mas destrói
O coração que desesperado roga por mais um pouco de ti...
J.Shynaider



The night



As vezes fica tudo escuro, fica tudo frio,
e eu acho que não vou suportar.
A noite quando todos vão
e a solidao vem me abraçar.
Eu sei que faço tudo errado, mas é só o medo de me perder,
eu sinto tudo tao parado, me pego perguntando "isso que é  viver?"
Eu fico aqui me escondendo, porque sei que ninguem pode me aceitar, e desse jeito vou morrendo e tudo segue certo em seu lugar.
A noite, as vezes rasgo o peito, eu sei que nao tem jeito,
vou ter que ficar, quieta, escondida num canto, esperando o tempo passar.
Quem sabe alguma coisa mude, ou uma catastrofe pode acontecer, quem sabe esse mundo exploda ou seja so a dor a desaparecer.
As vezes da um nó na garganta, coisa dificil de engolir,
sei que agora nada adianta, me dêem licença que eu vou dormir.
Preciso desligar a maquina a que me tranformo uma hora e outra, preciso desligar a voz que daqui a pouco vai me deixar louca.
E no sono eu encontro a paz tao sonhada,
eu so desejo que a dor passe
e desse mundo eu nao quero mais nada.
Capaz de algumas loucuras pra acabar com essa agônia,
mas agora esta tarde, deixo essa aventura para outro dia.

By Bel

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Piloto Automático





Eu nunca fiz questão de estar aqui
Muito menos participar
E ainda acho que o meu cotidiano
Vai me largar

Um dia eu vou morrer
Um dia eu chego lá
E eu sei que o piloto automático
Vai me levar

Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Tudo o que vier eu fiz por merecer

Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Fácil de falar, difícil fazer

Quase toda vez que eu vou dormir
Não consigo relaxar
Até parece que meus travesseiros pesam
Uma tonelada

Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Tudo o que vier eu fiz por merecer

Eu devia sorrir mais
Abraçar meus pais
Viajar o mundo
e socializar
Nunca reclamar
Só agradecer
Fácil de falar, difícil fazer

Eu nunca fiz questão de existir
Não queria incomodar
Um dia eu acho um jeito de aparecer
E você notar
Você notar, você notar



segunda-feira, 29 de agosto de 2016


Cantando passos

Ando contando os passos seguindo o espaço deixado nos passos que me levam para os teus braços Desvendar o segredo que esconde meus desejos que enlouquece ao simples vislumbre de um beijo derreter em mim o ardor que há em ti. Preso na mente a imagem irreal aprofundada presa no subconsciente que me engana dando pistas que jamais me levaram a lugar nenhum que possa me encontrar contigo vislumbrar na pele o arrepio causado por seus carinhos...
Sede então a loucura que leva consigo o que sobrou da razão despedaçando os frágeis traços de uma personalidade imersa em tristeza e solidão...
No traço deste passo uma trilha de fiados que se vai com o vento alvoroçado por mero capricho volúpia do acaso que me fez perder  o rastro de seus passos...
J.Shynaider

domingo, 28 de agosto de 2016

Mundo estranho, Eu, ser estranho!



Um dia desses vou sumir, esse não é o meu mundo, eu não entendo essas pessoas, não me sinto a vontade, não são eles, sou eu. Eu que não sou daqui. Nada disso me pertence e eu não pertenço a nada disso. Que droga, que ódio, que dor, que tristeza. Não é falta de esforço, eu simplesmente não consigo me adaptar, eu simplesmente só queria sumir, como se eu nunca tivesse existido (embora minhas suspeitas sejam essas a muito tempo, eu acho que nunca existi de verdade).

Não é coisa da minha cabeça, por favor, não é. Eu não tô ficando louca, eu não quero isso, eu nunca quis me sentir assim. Me responda, quem gostaria de se sentir assim? Ninguém, e eu não sou exceção, daria tudo que tenho por um lugarzinho, um lugar onde eu fosse igual a todo mundo, onde eu conseguisse me sentir bem, onde eu me sentisse em casa, onde as coisas fizessem sentido.

Mas esse lugar não existe, porque seres como eu não existem, estou sozinha nessa angustia de sumir, desaparecer; esse mundo, essas pessoas, tudo me sufoca, quando mais me aproximo, mais me sinto diferente, mais me sinto estranha, fico menos a vontade. Por que meu Deus, por que não posso ser igual a todo mundo? Eu já tentei tanto e todas as minhas tentativas foram fracassadas, me machuquei, me machucaram. Cada dia me convenço mais, eu não sou daqui, não faço parte daqui. Mas do que faço parte então? De nada, de nada. Vazia, sozinha, no frio, sofrendo por incompreensão.

Estou perdendo as forças, me sinto fraca e cada dia opto por me isolar, assim, sozinha comigo, não sinto que sou estranha, não vejo a graciosidade de quem pode ser o que nunca serei, normal e feliz, leve e livre. Estou presa a meus fantasmas, a meus medos, males da alma que me aprisionam pelo pé, que me arrastam e me sufocam.

Uma dor no peito que só aumenta, seus remédios não fazem efeito pra mim, sou estranha, gostos estranho, jeito triste, melancólico, diferente de tudo, principalmente, diferente. Vivo em meu universo particular, tão pequeno que só cabe a mim. Aqui fico sozinha, e aqui já não me sinto mais tão sozinha, a musica me faz companhia,  mas quando tenho que sair daqui e interagir, eu sinto que preciso sumir, preciso fugir e me esconder. A alegria contagiante das pessoas nunca me contagia, e eu não quero contagia-los com minha dor, vou parecer mais estranha, não preciso disso.

Preciso de um pedaço de mundo que não existe. Eu nasci com defeito, sem concerto, a dor dói de um jeito inexplicável. Eu não consigo explicar e ainda que pudesse, você nunca intenderia, ninguém entenderia. Eu só quero ir embora, eu só quero sumir daqui.


“Algumas pessoas morrem aos 20 anos e só são sepultadas aos 80.”

by Bel

sábado, 27 de agosto de 2016

Últimos soluços



Eu nunca pensei que fosse acabar sozinha, lembrando de tudo e chorando. Sabe aquela coisa de que a vida passa depressa? Pois é caro amigo, não há nada mais real que isso. Sufoquei tantas vezes dentro de mim, tantas coisas, tantas dores e magoas, mas nada se compara ao que sinto agora.

Agora além de me faltar tudo, amigos, parentes, amores e desamores, me falta também o ar, a luz. Eu pensava que as coisas não podiam ficar mais escuras, frias e piores do que estava, mas estava enganada. Hoje o som do silencio me assusta, desejo mais que qualquer outra coisa um som, só pra saber que tem alguém vindo em meu socorro. Mas esses meus devaneios e últimos soluços nunca serão lidos ou ouvidos. E se forem, creio eu que, será tarde demais, talvez não haja mas tempo ou esperanças para mim.

Eu não fiz tudo o que fiz para acabar aqui desse jeito, eu pensei em alguma coisa como uma saída, um fim, um final feliz, depois de tudo que vivi, era isso que eu merecia, um pouco de paz.

Esse cômodo fica a cada segundo mais pequeno e sufocante, sinto o desespero de estar sendo engolida pelo silencio e solidão. Fui esquecida e meus gritos não podem ser ouvidos por ninguém. Tudo não passa de um desespero misturado a falta de ar e a mancha escura em torno de mim. Nunca estive tão sozinha e com tanto medo como estou agora, será que é assim que tudo vai acabar, quanto tempo mais ainda devo esperar para o fim?

Minhas forças se foram depois de todos os meus esforços e minha garganta já não aguenta de dor, gritei, quase estourei meus pulmões, arranhei e tentei sair, mas estou presa, sufocando.

Posso me lembrar do barulho da chuva em minha janela e do cheiro de terra molhada, o aroma do café logo cedo, a textura das paginas de meus livros favoritos e do sabor de seus beijos em meus lábios, mas são só lembranças agora, não ha a mínima esperança que alguma dessas coisas voltem, nunca mais. Agora eu sei muito bem o que significa isso.

Tem uma vozinha bem no fundo de minha cabeça que não para, falando que agora não tem mais jeito, eu só queria que tudo acabasse de uma vez, ou que alguma coisa acontecesse, essa espera é a pior coisa, esperar sem poder fazer nada, meus movimentos são bastantes limitados agora, e quanto mais me esforço mais sufoco, esse rangido e desesperador. Por favor, por favor! Por que isso esta acontecendo? Não aguento mais um segundo disso, é desumano, foi muito mais longe do que eu podia suportar, tô sufocando, tô sufocando, socorro, por favor alguém me ajude!

Talvez se eu dormisse, como já fiz tantas outras vezes, isso ficasse melhor, acabasse. Mas meu coração acelerado não me deixa fechar os olhos, eu só quero que isso acabe. Eu me debato mais um pouco, grito com minhas ultimas forças o ar fica mais difícil e eu choro; minhas mãos estão sangrando agora, junto com meu coração, as lagrimas molham meu rosto, me sinto exausta, meus esforços não vão adiantar. Esse é o fim, é assim que a historia termina. Eu aqui deitada, nesse confortável leito branco, nesse cômodo apertado, com essas taboas rangendo, o ar acabando, a escuridão me consumindo, a solidão e... é chegada a hora, meu ultimo pensamento: se eu soubesse que era tão apertado aqui dentro teria escolhido ser cremada.

by Bel

Realidade


sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Alone


Me sinto sozinha, talvez seja porque estou mesmo sozinha,
Sozinha com minha dor, com minha tristeza infinita e meus pensamentos sombrios,
Vc diz que esta comigo, mas onde estar voce agora?
Talvez voce precise de um ar mais leve, de pessoas mais leves que eu,
Sou pesada, deixo tudo negro e vazio,
Voce é paz e vida, eu sou um turbilao de confusao e morte,
Nao sei o que nos atraiu, mas sei o que nos afasta hoje.
Talvez o tempo te fez perder a sua tolerancia a mim, fui virando um peso morto com os anos, algo que voce nao admite mas tambem nao nega.
Queria eu ser alto suficiente, pra me manter a margem, alem de tudo, mas a ancora presa a mim, me puxa para o fundo.
Me afogo e morro um pouco a cada dia, sozinha, triste, pensamentos sombrios.
Talvez isso signifique liberdade pra nós dois.

By Bel

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A Nogueira e o Carvalho

  

Vou lhes contar uma história...

Triste, ou alegre, quem vai saber...

Uma certa gata, se escondia nos galhos de uma nogueira, sua árvore desde sempre. Ela tinha medo de sair, pois seus passeios nunca acabavam bem. Se limitou aos arredores de sua árvore, onde se sentia segura, pois fora educada a viver dentro do circulo, por conta seus instintos. Uma fera educada para ser, nem mesmo a sombra do que nascera pra ser.

Viu todas suas amigas evoluírem, tornarem-se lindas e exuberantes criaturas nas mais variadas espécies, umas com asas e outras com outras vantagens, e ela porém presa ao chão, ao seu galho, furtiva nas folhagens...

Um dia, cansada de apenas circular, quis dar uma volta, e foi até as margens do Rio, beber e comer, foi quando viu algo tão inesperado, pois que a figura si afugentava qualquer um que a visse, então não entendeu porque ele não fugiu, e já desconcertada parou seus passos diante dos olhos paralisantes dele que disse:

-Oi, tudo bem?

Sua resposta foi toda atrapalhada, mas manteve sua pose, afinal todos fogem:

-Sim, obrigada.

Ele sorriu, e continuou o seu caminho, ela o dela, mas não antes de se olharem atentamente.

A expressão curiosa e misteriosa daqueles olhos não saíram mais da mente. Virava e mexia, eles a encaravam, como se olhassem além, como se vissem além dos olhos lindos profundos e tristes dela que se sentiu despida, invadida, profanada, mas muito atraída.

Ela comeu e bebeu, mas o tempo todo uma sensação de estar sendo observada. Quando terminou voltou para o seu galho.

Lá de cima, em meio as folhas, percebeu que ainda não tinha reparado a vista maravilhosa que tinha. Todas aquelas copas de árvores, umas altas, outras baixas, a passarada fazendo festa, seus olhos se abriram de uma maneira tão ampla que nada cabia no seu campo de visão. Então olhou lá, próximo a margem, sob a sombra do carvalho, estava ele que também olhava para ela, coisa que ele fazia já havia algum tempo.

Os dias se seguiram, e ela mal podia esperar que eles se esbarrassem outra vez. Ela voltou no Rio algumas vezes, e não o viu.

Foi então, que passava por ali um rebanho, não muito numeroso, mas que iria aumentar no encontro do Rio com as águas da Cachoeira, lá estava ele, passando bem no meio do gado, faceiro e presunçoso, olhou para ela que também passava, sorriu como quem a desafiasse continuar olhando, e ela não recuou, cedeu aos seus instintos, aceitando o desafio.


Aquela troca de sorrisos e olhares, durou o suficiente, até o encontro das águas, depois dali cada um tomou seu rumo.


Dias depois ele estava à beira do Rio, debaixo do seu carvalho, quando ela chegou silenciosa, mas ele já sabia da presença dela, e tentou deixá-la mais à vontade:

-Segundo nossas naturezas, um de nós não sairá vivo desse encontro...

-Faz tempo que não me alimento. -retrucou ela com destemor.

-Eu também, entretando tenho sangue frio, posso ficar meses sem me alimentar...

-Isso não faz de você mais forte.

-Nem fraco. Te observo já faz tempo...Nunca vi uma fera tão pacata, você se segura muito, por quê? Você é linda, e se esconde? -dia isso enquanto a rodeava- Tem um poder que poucos tem e muitos desejam. Sua natureza é livre, e não aproveita, fica deitada lá em cima, o mundo não é só o seu quintal.


Ela se assustou com o que ele dizia:

-Não sou nenhuma fera! -bradou.

-Não negue quem você é!

E caminhando até a beira d'água, ele mostrou para ela um reflexo :

-O que vê?

-Uma onça.

-Eu vejo uma fera, presa por correntes e jaula invisíveis. Uma fera linda, cheia de um potencial desconhecido por ela mesma. -ela olhou demoradamente para o que via, de uma forma jamais vista por ela própria, encontrou a criatura a quem ele se referia, ele virou o rosto dela para ele e olhou profundamente nos olhos dela, alisou seu rosto delicadamente e continuou -tens uma beleza rara, uma pureza que nunca vi, do que você tem medo?

-Há muito não via esta fera, e é melhor que continue assim. Dessa forma não haverá estragos desnecessários, vidas serão poupadas, e todos ficarão bem.

-Menos você! -disse ele com pertinência.

-É um preço.

-Que você não precisa pagar sozinha. Vamos! Liberte-se!

Olhando triste para a imagem na água, ela disse:

-Não posso, é arriscado demais, muito perigoso..

Se virou rapidamente, e num salto sumiu.

( continua )


Resultado de imagem para ARVORES nogueira e carvaLHO

My sacrifice



Me ofereci em sacrifício pra acabar com a solidão,
Doía muito e eu não aguentava mais,
O frio aqui dentro fez doer o coração,
Tudo que eu queria era encontrar a paz.
Eu nao sabia que ia doer desse jeito,
Nao sabia que ia te encontrar ali,
Caido, chorando com os seus defeitos,
Sera que agora é tarde pra fugir?
Eu acordei, relógio chamando,
A vida gritando e eu querendo dormir,
O sol no meu rosto e alguem me olhando,
Socorro eu nao queria estar aqui.
Vou sufocar, eu posso deixar isso pra amanha,
To indo embora, eu vou trabalhar,
Nao esqueça que eu sempre fui sua fã.
Me ofereci em sacrificio e estou aqui,
Catando o que sobrou de mim,
Se acordo, ta dificil de dormir
So espero a hora de chegar o fim.
Resto de alguma coisa indefinida,
Sera que ainda sobrou um coracao,
Eu tive as esperancas destruidas,
Por uma brisa louca de verao.
Me ofereci em sacrificio e estou aqui,
Um resto que talvez nao reconheça,
Um novo dia eu sei que ha de vir,
Mas eu vou embora antes que amanheça.

By Bel

Conflito

Pessoas diferentes...ei pessoas diferentes. Excludentes!
O que querem?
Extinguir a sociedade dos iguais?
Controlem-se.
O mundo é pequeno demais pra nos dois.
Fujam para alem do abrigo da noite, onde seus males nao nos alcancara.
(E seras uma sociedade dos iguais)
Criem uma redoma sobre vos.
Longe dos focos de luzes
E teras tua liberdade.
Deleita-vos de nosso mais puro ar social.
Ô miseravel ser
Agride nos com tal petulância
Por envocar direitos que nao deveras ter
Que tamanha ousadia!
Vastos em ingratidao
Porque reclamam do que ja recebem
Conformem-se
É muito. É o bastante.
Calem-se
Suas vozes estridentes, forças nao terá
Veja a subordinacao em vos
Escravos de seus sonhos imundos, ilusoes.
Procure-os alem da Montanha do Nunca Fracassos de seres infelizes
Misturar-se a nos nunca sera capaz
E la, so la tera felicidade e paz.

Poema mais que elaborado por: Joe
[Quão profundo é o seu amor]

 Quero que você me respire
 Deixe-me ser o seu ar
Deixe-me percorrer seu corpo livremente
 Sem inibição, sem medo
Quão profundo é o seu amor?
 É como o oceano?
A que você é devota?
Quão profundo é o seu amor?
 É como o nirvana?
Me acerte mais forte novamente
 Quão profundo é o seu amor?
Quão profundo é o seu amor?
 Quão profundo é o seu amor?
 É como o oceano?
Me puxe para perto de novo
Quão profundo é o seu amor?
Quão profundo é o seu amor?
 Abra os meus olhos e
 Me diga quem eu sou
 Deixe-me saber todos os seus segredos
Sem inibição, sem pecado
Quão profundo é o seu amor?
 É como o oceano?
 A que você é devota?
 Quão profundo é o seu amor?
 É como o nirvana?
Que me atingiu pra valer de novo
Quão profundo é o seu amor?
Quão profundo é o seu amor?
Quão profundo é o seu amor?
É como o oceano?
Que me puxa para perto, de novo
Quão profundo é o seu amor?
 Quão profundo é o seu amor?
Quão profundo é o seu amor?
 Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser (Quão profundo é o seu amor?)
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser (Quão profundo é o seu amor?)
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser (Me puxe para mais perto, de novo)
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser Quão profundo é o seu amor?
Quão profundo é o seu amor?
Quão profundo é o seu amor?
 Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser (Quão profundo é o seu amor?)
 Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser
Então me diga o quão profundo o seu amor poderia ser
Calvin Harris

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Até quando existir!!!


Inexistência...

Quando eu der meu último suspiro não mais olharei para o passado pois sei que esta oportunidade não tenho mais e não olharei para o futuro pois todos tempos um início mas mais cedo ou mais tarde chega o fim resta apenas o presente que leva de mim fôlego desgastado com o fogo ao qual me dediquei e está  vida de brisa levei...
Não mais os dias suportar sem decisões com que me importar...
Apenas ao esquecimento me entregar pois que um dia irá de mim se lembrar
Em que corações irei continuar quando um tempo depois algum fato ou ato relevante remeterá ao simples fato de que um dia houve de mim o rastro ou o fragmento de meu retrato.

J.Shynaider

sábado, 20 de agosto de 2016

Seja uma aguia




A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie.

Vive cerca de 70 anos. Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão.

Aos 40 anos de idade, as suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico, alongado e pontiagudo curva-se, as suas asas tornam-se pesadas em função da grossura das suas penas, estão envelhecidas pelo tempo.


Já se passaram 40 anos do dia em que a jovem águia lançou voo pela primeira vez. Hoje, para a experiente águia, voar já é bem difícil! Nessa situação a águia só tem duas alternativas: Deixar-se morrer…ou enfrentar um doloroso processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá se recolher num ninho que esteja próximo a um paredão.


Um local seguro de outros predadores e de onde, para retornar, ela necessite dar um voo firme e pleno. Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o seu bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta.

Pacientemente, espera o nascer de um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas. Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas. Após cinco meses, a “Águia Renascida”, sai para o famoso voo de renovação, certa da vitória e de estar preparada para viver, então, por mais 30 anos.

Muitas vezes, nas nossas vidas, temos que parar e refletir por algum tempo, e dar início a um processo de renovação.

Devemos nos desprender dos preconceitos, dos maus costumes, de tudo aquilo que não é mais útil ou importante, para continuarmos a voar. Um voo de vitória.

Somente quando livres das barreiras e pesos do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.

Destrua o bico do ressentimento, arranque as unhas do medo, retire as velhas penas das suas asas, permitindo o fluir de novos pensamentos.

Autor desconhecido

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

         

                        Palavras


Palavras, palavras...
Agrupamento de letras, formações e construções,
Palavras ditas,palavras escritas,
Gêneros compostos,substantivos, pronomes, provérbios.
Palavras inteiras,meias palavras...
Pra bom entendedor um pingo é letra.
Palavras cheias,carregadas,de emoções, de dor...de amor...
Palavras ricas,bem riscadas,elaboradas,detalhadas...
Palavras bem ditas,palavras benditas?
Palavras mal ditas ou palavras malditas?
As palavras saem,as palavras entram.
Palavras vem,palavras vão...
As palavras nos libertam,mas também nos aprisionam. Podem levantar ou destruir...
Facas de dois gumes?
As palavras que mais gosto são aquelas ditas pela alma através dos olhos...
Aquelas que unem lábios...
Unem corpos...
Acolhem com os braços...
Aquelas que são ditas sem dizer ao abrir da boca em movimentos bem variados de canto a canto ou de lado...
Palavras,são eternas quando nos eternizam em alguém.
Onça parda

Fragmentos da historia


Alguma coisa ficou gravada na pele, 
no leve toque, sussurro suave ao pé do ouvido.
Alguma coisa marcou, deixou perfume, 
cheiro doce que não se esquece. 
Juras de um amor nunca prometido. 
Uma história, um sonho que ninguém tinha sonhado, 
Um beijo molhado, que nunca aconteceu.
Passados momentos, reais demais onde tudo aconteceu, 
dentro de um pensamento, idealizando os defeitos, 
fiz tudo direito, dentro dos meus padrões. 
Padrões de loucuras, incrível aventura de uma madrugada 
que vai durar para sempre e acabou num suspiro, 
e lagrimas molhando o travesseiro. 
Nem ultima nem primeira, apenas mais uma, 
que caiu na teia, de sonhar acordada quando não resta mais nada, 
quando o barco do sonho afundou em alto mar, 
morri afogada, eu não sei nadar. 
Apenas mais uma, na praia do esquecimento, 
sem nome, sem documento, 
na esperança de ser dona de um único pensamento, 
que nunca será pra mim. 
Selando o destino de estar condenada 
a viver isolada, porque nada me importa 
e atrás dessa porta só a agonia.
Lá vou eu mais um dia,
na praia da vida, velejando sem vela,
ate a despedida, o fim da novela,
a que faço parte, como atriz coadjuvante,
ou espectadora da própria história.

by Escorpiana

MAIS UMA VEZ- LEGIÃO URBANA

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente

Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar

Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança...




quarta-feira, 17 de agosto de 2016



Deixar as coisas...

Deixei de ser tão intenso
Passou de mim aquele sentimento
Vi no mar da vida o meu rio desagua
Levando consigo o brilho que um dia
Esteve em meu olhar....
Persegui borboletas a voar em tempos de delírios de um iniciante na arte de amar!
Hoje não mais ando a sonhar com criaturas tão lindas e leves como plumas a pairar pelo ar me restou as mariposas negras como noite sem luar
Delírios de um enamorado Sem seu par
Que busca em seios fartos calor e amor encontrar mas que se vê apagado pelo mundo a vagar...
J.Shynaider

Vem



Muito quente, quase perfeito,
Fez-se com intensidade,
Minha indiferença pode ser fria,
Mas meu amor é de verdade.
Se provar não vai esquecer,
Com certeza vai querer mais,
Depois de mim eu duvido,
Que algo mais te satisfaz.
Eu posso trazer um novo dia,
Amanhecer inesquevivel,
Venha comigo e eu te mostro
Que nao existe o impossivel.
Venha comigo e se queime,
Viaje nessa aventura,
Se desprenda do passado,
E deixe de lado a frescura.
Venha livre sem bagagem,
Só vontade de viver.
Venha e se jogue sem medo.
E nāo vai se arrepender.

By Bel

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Tristeza

Tristeza da alma

Julga-se que as coisas  são maiores ou mais sérias do que realmente o são

Impomos rigor e pesos além das forças que possuímos e esquecemos de que não é preciso muito para ser feliz
As vezes um sorriso um beijo
Caminhar por um longo caminho com alguém que converse e ouça sem reservas...

Viver no presente eis nosso desafio não desperdiça-lo com aquilo que não seja amor...

Superar a ilusão que leva do olhar de um sonhador a mais linda e pura flor.

J.Shynaider 

sábado, 13 de agosto de 2016

 
Fumegando em brasas labaredas sobem...

Bem quando apenas fumaça e cinzas eram oque restavam algo vi ainda fumegando uma pequena
Mas vivida sena se acendeu ante nos as fagulhas ainda rispavam e miraculosamente a chama se acendeu dos destroços que de mim sobreviveu
Mera e pura luz de fogo quente aquecendo a gente
Mas não me queimarei mais em teu seio não atearei teu fogo no meu peito,ficaram  na pele as marcas do calor desta paixão que me consumiram até as cinzas
Só que hoje não . só quero o prazer de ti a me satisfazer pra de ti não mais padecer...
Não é duro meu sentimento este e apenas o resultado de nossos momentos que  tivera de mim o sol em sua caminhada a pino ardente e efusivo mas meu querer deste a outro meu amor para ti fizeste pouco me deixando apenas uma chama a tremeluzir sem seu fogo as beiras da extinção então não venha exigir oque não possuo para te dar em vão...
J.Shynaider

Eu nunca quis ser assim





Eu vez, ao menos uma vez, eu queria acordar com a certeza de que existe alguma coisa boa la fora esperando por mim.
Alguma coisa que fizesse sentido, algum motivo pelo qual aqueles comprimidos nao fizeram efeito ou os cortes nao foram fundos o suficiente.
Algum motivo pelo qual eu nao consigui ir embora ainda.
Eu queria acordar com aquela certeza, de que tudo vai ser diferente, a certeza de poder passar UM dia longe dessa ideia que me controla. Um dia me sentindo uma pessoa normal, eu ambiciono essa coisa de ser igual a todo mundo, poder rir facil, sem peso, sem dor escondida.
Sim, uma pessoa normal, que se acomoda e acha confortavel uma vida banal.
To cansada dessa intensidade de coisas formando uma bomba atomica dentro de mim. Me sufocando, me fazendo sentir culpada por desejar aquilo que todos querem adiar. Tanta gente quendo e suplicando a Deus por mais alguns minutos e eu aqui de joelhos pedindo o contrario.
Eu só queria ter a certeza que tudo isso tem uma razao pra ser assim. Mas só vejo sombras e um grande nada a minha frente.


Doi muito ficar triste sem motivo aparente.
Doi muito quando a fonte de sua dor é voce mesmo.

By Bel

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Banho de chuva



Não dá para saber o que quero fazer,
Não dá pra camuflar o pensamento,
Não dá para sorrir quando se quer chorar,
Não dá pra fingir todo momento.
Não dá pra ir lá fora e não se molhar,
Se tá chovendo ventania,
Não dá pra ver e ignorar,
O sentimento de agonia.
Vou brincar na chuva,
Amanhã o sol vem,
Fingir que o relógio não parou,
Um banho de chuva não faz mal a ninguém.
Lavar o resto que o tempo não levou.
E ficou pra trás, marcado feito cicatriz,
Quanto tempo, eu já nem sei mais,
O raio de sol esta por um tris.
De apagar, de sumir,
Deixar a vida escura e fria,
A chuva esta banhando meu corpo,
Veja minha cara de alegria.


by Bel

RELATO INTERESSANTE: A Diferença Entre Querer Morrer e Querer Que a Dor Pare

Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse: a dor que rodeava e apertava meu peito, o peso que envolveu meu cérebro na sombra, a agonia que transformou todo o mundo em escuridão.
Eu precisava disso para cessar a dor.
Não foi um grande trauma que me convenceu que a morte era a minha única opção, mas uma série interminável de pequenas dores que roubaram a minha esperança. A pressão da vida quotidiana tornou-se um assalto implacável: uma mão pesada sobre meu ombro que me esmagava.
Uma manhã eu tive uma discussão menor com meu marido e, como diz o provérbio sobre colocar mais lenha na fogueira, essa discussão me deixou em pedaços.
E então eu decidi que tinha apenas uma escolha que fazia algum sentido. Senti que todo mundo estaria melhor sem mim.
Eu fiz um plano. Eu escrevi cartas para a minha família. Chorando, telefonei para o meu amado irmão para dizer adeus.
Entretanto, levou poucos momentos para ele compreender o que eu estava fazendo e, em seguida, rapidamente, ele entrou em ação. Ele me cortou, desligou na minha cara e chamou meu marido imediatamente.
Meu marido correu de seu prédio de escritórios e, frenético, me procurou usando um aplicativo em seu telefone. Ele chamou um policial. Chamou a ambulância. Levou-me para o hospital.
Deram-me uma bebida lamacenta em um copo de papel enquanto eu estava deitada na maca, e eu chorei.
Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse.
A escuridão que eu tinha mergulhado era muito espessa. Eu não conseguia mais enxergar meus filhos. Eu não conseguia mais enxergar a vida que eu tinha construído com o homem que eu havia escolhido 25 anos atrás. Eu não podia enxergar minha família, os irmãos que me conheciam desde o nascimento, os pais que me apoiaram desde antes que eu pudesse lembrar. Eu não podia enxergar meus amigos, que teriam ficado extremamente entristecido comigo se eu tivesse de deixá-los.
Eu não podia ver o amor.
Havia amor em volta de mim, mas esse amor foi empurrado pela escuridão, com força despejado de minha consciência pelo preto sufocante.
No hospital psiquiátrico, eu estava cercada por pessoas cujas experiências foram muito parecidas com o minha. Ouvi histórias familiares. Eu aprendi novas formas de lidar com a minha dor. Percebi que tinha opções. Mais importante, porém, vi que não estava sozinha.
Eu tenho ajuda.
Eu tenho um bom diagnóstico e fui colocada sob medicação que funcionou como um raio de luz no meu cansado cérebro, confuso. Isso não aconteceu da noite para o dia. Levou algum tempo para encontrar as doses certas e as prescrições corretas, mas eu perseverei. Eu mantive firmemente a esperança de que o antídoto certo para a escuridão poderia ser encontrado.
Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse.
E ela parou.
Lenta, mas seguramente, com a terapia e o tempo, a dor parou.
Estou aqui hoje para lutar junto com você: Não desista.
Há uma razão para que você esteja lendo isso agora, neste exato momento no tempo. Esta é uma mensagem que você precisa ouvir. Você não está sozinha. O próprio mundo anseia para você ficar, anseia para você permanecer. A Terra está chamando. Ouça! Lá está, no calor dos raios do sol em cima de seu rosto virado para cima, na brisa fresca que acaricia sua pele, no canto de um pássaro, a maravilha de folhas e flores. A mensagem está lá para ouvir. A Terra está implorando para você não desistir.
Para toda escuridão há um facho de luz pelo qual é possível andar, basta apenas que os olhos sejam liberados do desespero.
Buscar. Falar com alguém. Há amor lá fora; há amor ao seu redor. Só porque você não pode sentir isso agora não significa que ele se foi. Não acredite na escuridão. Ele é uma mentirosa e uma ladra.
Estou feliz por estar aqui hoje.
A chuva cai e o sol brilha. Posso ver meus filhos rirem e chorarem e lutar e crescer. Meus pais estão agradecidos. Meu marido é cuidadoso. Meus irmãos me apoiam. Meus amigos me querem bem. Todo dia eu vejo o amor que eu não podia ver antes.
Eu acreditava nas mentiras que a escuridão me falou, e eu tentei tirar minha vida.
As vezes a vida ainda é uma luta. As vezes o amor parece desaparecer e parece estar longe. Há dias em que eu acordo desanimada e me sinto derrotada. Tem dias que eu ainda quero deixar este mundo (e todas as suas tribulações) para trás. Mas eu continuo colocando um pé na frente do outro, e eu agarro a esperança. Eu falo com os que me rodeiam. Eu tenho um boa noite de sono. Um novo dia amanhece. Eu me sinto melhor.
Eu não tinha que morrer para que a dor parasse.
Você também não tem que querer.



Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, por favor, ligue para o telefone do CVV 141 e procure ajuda especializada



RETIRADO DO BLOG: HOMEM CONTRA SI MESMO.

Sobre suicidio


Cronos



Senhor Cronos, deus tempo;
Responsável por levar e trazer.
Responsável por terminar e começar.
Por destruir e construir.
Tempo, a verdadeira cura para as dores.
Final de cada espera.
O Tempo nos engole hoje e regurgita-nos amanhã,
como seres diferentes.
O Tempo nos transforma, nos modela.
Nos impõe seu tempo, nos controla.
O tic-tac de ontem nunca mais sera escutado novamente,
e cada segundo sai fresquinho das entranhas desse deus.
Muitas vezes cruel, outras vezes, amoroso.
Muitas vezes nos levando tudo,
deixando-nos nus e sozinhos.
Outras vezes, colocando balsamo em nossas feridas abertas,
secando nossas lagrimas e nos acalentando manhosamente
em suas manhãs acolhedoras.
Deus Crono, um verdadeiro yin yang.
Pronto para nos dá exatamente o que precisamos.
Embora, aquilo que nós realmente precisamos não seja
exatamente o que nós queremos aquele momento.
O Tempo nunca sera o pai que mima,
sempre sera o que educa, e as vezes a duras penas.

by Bel

Perfect- Simple Plan


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Uma garrafa de rock do bom


O tom agressivo na voz do cantor,
Gritando as verdades do meu sentimento,
O fone no ouvido me levando,
Para bem longe nesse momento.
Eles gritam o que me machuca,
A alma em chamas, coração em choque,
Eles traduzem toda minha dor,
Em estrondosas trilhas de rock.
Rock pesado, quero barulho,
Para não ouvir meus pensamento
Minha cabeça ta cheia de entulhos,
Pensamentos suicidas aguardando o momento.
Uma garrafa de rock do bom,
Só uma dose não vai adiantar,
Quero aquele que grita verdades
E de tudo nos faz duvidar.
Outra garrafa de rock metal,
Para essa mocinha de olhar perdido,
De óculos, fora de moda, com livro na mão,Unhas de preto com esmalte ruído.
A mocinha que esqueceu
De ir as aulas de meiguice e fofura,
Não sabe se maquiar,
Salvo o preto, o resto é frescura.
A mocinha de tênis, sentada no canto,
Aquela com a cara metida nos livros,
Ela fica quieta e não se envolve.
Pouca coisa nesse mundo faz sentido.

by Bel

Pura verdade


Auto conselho

Olho para o horizonte e vejo uma esperança, talvez a unica, talvez a ultima.
Vou me apegar a ela com todas as forças do meu respirar. Por que dessa vez, pelo menos dessa vez,
só depende de mim, do meu esforço... eu darei meu sangue para que isso seja a minha, tão esperada, taboa de salvação.
Depois de pensar muito, cheguei a conclusão de que nosso maior erro, sempre, é confiar nossa felicidade nas mãos de outra pessoa, quando ela tem que esta nas nossas.
Podemos não ter controle de nossas vidas mais devemos saber onde depositar nossas esperanças.
É quem melhor que nós mesmos?
O maior beneficiário seremos nós. Ninguem mais fara isso tão bem.
Assuma as rédeas de sua vida.
Sofra, quebre a cara, mas faça isso pelos motivos certos.

Não alimente nada que não seja reciproco.

by Bel

Aquela paz- Charlie Brown Jr



A vida é feita de atitudes nem sempre decentes
Não lhe julgam pela razão, mas pelos seus antecedentes
É quando eu volto a me lembrar do que eu pensava nem ter feito
Vem, me traz aquela paz
Você procura a perfeição, eu tenho andado sobre efeito
Mas posso te dizer que já não aguento mais
Desencana, não vou mudar por sua causa, não tem jeito
Quem é que decide o que é melhor pra minha vida agora?

Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria

Lidei com coisas que eu jamais entenderei
Ah! Se eu pudesse estar em paz
Me livrar do pesadelo de vê-lo nesse estado, e não poder ajudá-lo não
Triste é não poder mudar, porque estais tão revoltado irmão?

Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria

Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria
Ouvi dizer que só era triste quem queria

A vida é feita de atitudes nem sempre decentes
Não lhe julgam pela razão, mas pelos seus antecedentes
Cuidado com os seus passos!

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Chegando a Bienal do Livro


Hoje



Hoje nós vamos voar,
Deixar o vento nos levar,
Respirar e sentir a brisa da manhã,
Ao menos uma vez a alma precisa de paz.
Hoje nós vamos sair por ai,
Sair de dentro de nós,
Desse casulo sufocante,
Olhar o céu que nos cobre.
Saber que existe um Deus a nosso favor.
Hoje vamos respirar como nunca,
Como quem enche os pulmões
pela primeira vez.
Vamos sorrir para todos,
e pra variar, hoje vamos agradecer.
Agradecer, pela vida,
Agradecer pela saúde,
Agradecer pela paciência de quem esta a nossa volta.
Hoje eu só quero ficar assim,
Dá folga de mim, pra mim,
Sem lagrimas ou soluços.
Riso, nem que seja de canto.
Hoje, só por hoje vou esquecer,
Hoje eu vou esquecer o que me falta,
O que se foi,
O que não tenho mais.
E quem sabe, vendo que assim é mais fácil,
Eu posso seguir,
Um dia por vez,
Um passo por dia.
E quando me der conta,
estarei longe, bem longe.
Onde a saudade não alcança!

by Bel

Livros, amor eterno!


Vem com a chuva

             Cansei um pouco de Crônicas e estou me aventurando um pouco em pequenos contos, Tá aí uma pequena amostra.


   - Tóóóbby?
Não estranhou o fato de o cão não ter ido recebê-la em sua chegada naquele fim de tarde. Geralmente ele já estava arranhando a porta desde o momento em que ela batia o portão do pátio na entrada da casa.
Porém hoje chovia muito, então era de praxe que seu companheiro estivesse encolhido, tremendo em silêncio embaixo de sua cama no segundo piso da casa.
Tobby era um cão de raça indefinida, uma mistura de poodle com basset, fora adotado pela dona há vários anos – tantos que ela já perdera a conta – geralmente era corajoso e brincalhão, mas definitivamente não gostava de chuva e de homens. Provavelmente traumas que trouxe dos tempos em que vivia na rua. Bastava um homem ingressar no jardim que começava a latir incessantemente.
- Tóóóbby?
Foi só chamar mais uma vez que o cão veio em disparada em sua direção, quase se perdeu na curva da escada entre um andar e outro. Lambeu-a como se ela estivesse ficada uma década longe, como se não houvesse o amanhã.
Como era bom chegar em casa após um exaustivo dia de trabalho, ainda mais em meio ao temporal que caia na cidade. Não havia coisa mais horripilante do que ter que pegar duas conduções para chegar ao trabalho em um dia em que as ruas estavam completamente alagadas. Bastava uma gota de chuva cair no asfalto e as pessoas automaticamente viravam ogros e perdiam o mínimo de cordialidade que possuíam no trânsito, além é claro, de desaprenderem a dirigir.
Já fazia um ano que largou o vício de usar o carro para ir ao trabalho, geralmente ia de bicicleta, às vezes até caminhando. Mas com o temporal que caía na cidade a única alternativa era a lotação disponibilizada municipal. Aliás, lotação sem dúvida era o nome mais apropriado para o veículo, um ônibus com capacidade para 40 pessoas, mas que sem dúvida carregava 70 na melhor das hipóteses, em dia de chuva então, cabia pessoas até as portas não fecharem mais.
Mas tudo isso era passado e preocupação só para o próximo dia (isto é, se a chuva continuasse). Chegara em casa, molhada, exausta, mas na expectativa de um banho quente e de uma bela taça de vinho Cabernet Sauvignon chileno, talvez uma garrafa.
Pendurou o guarda-chuva atrás da porta, junto com seu pesado casaco para dias como esse, tirou as botas molhadas e finalmente ingressou em seu seco e confortável lar, na companhia de seu medroso e carinhoso cão.
Subiu as escadas e já entrou em seu quarto parcialmente sem roupas (uma das vantagens em se morar sozinha). O segundo andar de sua casa era dividido em três peças, unidas por um longo corredor, logo ao sair da escada havia um quarto/escritório (que com o tempo se tornou mais um depósito de tralhas), em seguida o único banheiro da casa, um ambiente amplo, tendo nele uma bela banheira vitoriana com aquecimento (utensilio esse que seria desfrutado com todo o prazer em poucos minutos), e então, por derradeiro o quarto principal.
Logo que entrou no quarto Tóbby correu para baixo da cama se proteger da chuva e das trovoadas.
- Tudo bem Tóbby, agora estou em casa pra te proteger. Enquanto falava levou a mão até o escuro debaixo do móvel até a língua de seu cachorro a encontrar e a lamber. Um ritual dos dois, quando estava protegido em seu esconderijo, de tempo em tempo a dona levava a mão até embaixo da cama e seu animal apenas a lambia para demonstrar que estava tudo bem, que nenhum dos dois estavam sozinhos na casa.
Após retirar as roupas molhadas se dirigiu a peça ao lado, abriu a torneira da banheira, ajustou o nível dos dois registros até a água sair na temperatura exata para o banho. Jogou alguns sais, viu a espuma subir e desceu até a cozinha pegar o vinho e uma taça para ter companhia durante o banho relaxante.
La fora a chuva só aumentava, mais e mais. Só imaginava o inferno que seria ir trabalhar no próximo dia.
- Esquece, viva o momento, vou aproveitar o banho, meu vinho, um bom livro, o amanhã que se dane. (sim, tinha a mania de conversar sozinha).
Esse era seu momento preferido do dia. Era só ela e seu espírito inquieto, ali podia ser quem realmente gostava de ser, abandonar qualquer convenção social, não tinha a necessidade de agradar, bajular ninguém, era só ela e sua mente levemente perturbada.
BAROOM! BARUUUMM – trovejava lá fora.
Ficava imaginando quantas pessoas e quantos animais estavam lá, sem refúgio, se escondendo sob marquises, sob abas de telhados, e até imprudentemente no pé de árvores. Sábia que era privilegiada por ter um bom emprego, onde morar, que deveria abandonar essa angústia que corroía sua alma, não tinha motivos para tê-la.
Mas a vida não era tão simples, simples era vagar entre pensamentos bons e pensamentos agoniantes num estalar de dedos. Não pertencia a esse corpo, a esse lugar.
Após horas de molho na banheira, dois terços da garrafa de vinho a menos e vários capítulos do livro deixados para trás, se levantou, enrolou-se em seu roupão, mais uma vez checou como estava Tóbby (coitado, sofria em dias como estes), sentiu sua língua dando sinal que ainda estava ali, que apesar do silêncio estava tudo bem.
Desceu até a cozinha, pegou uma lasanha pré-pronta do freezer, a preparou no micro-ondas – sua mãe sempre lhe alertara do maleficio que esses alimentos industrializados faziam ao corpo, que isso um dia ia matá-la – não se importava, não queria viver para sempre, também, depois compensaria fazendo exercícios.
Com um prato de lasanha em uma mão, mais uma taça de vinho em outra, sentou-se no sofá, zapeou na televisão algo que prestasse, claro que não achou nada.
Apelou para o Netflix, única real utilidade de sua TV na verdade, optou por um thriller policial dos anos 80, sempre fora apaixonada pelas décadas passadas, quem sabe essa sua agonia existia porque nascera na época errada.
 Dormiu sentada no sofá – claro que dormiria, o vinho erra seu calmante natural – acordou no meio do filme, desligou a TV e rumou para seu quarto.
Ao deitar na cama, mais uma vez checou Tóbby, sentiu a respiração saindo de seu nariz gelado de cachorro e uma lambida leve e automática em sua mão, que ele dava mesmo dormindo (se é que dormia com todo o barulho de trovões lá de fora). Recostou a cabeça no travesseiro e apagou.
Estava em uma cidade limpa, organizada, que possuía uma iluminação incrível, parecia que tudo era feito de marfim, as pessoas andavam alinhadas, todas quase que uniformizadas, ninguém parecia ter uma face definida, todos seguiam seu rumo sem interagir. Parou de seguir o fluxo por um instante, pediu a um transeunte para onde todos iam, este respondeu que não precisava saber para onde ia, todos estavam indo para o mesmo lugar e era isso que sempre fizeram e seria isso que fariam até o fim de sua existência.
Acordou assustada, era um simples sonho. Mas percebeu que o sonho era real, não a cidade limpa, não as pessoas alinhada, mas o rumo que elas tomavam, todas faziam parte de um rebanho resignado, inclusive ela.
Encontrou o motivo de sua agonia, seguia o rebanho, mas não era essa sua vontade, ela queria ser diferente, fazer o contrário do que sempre lhe ensinaram, não queria viver a vida que sua família a ensinou a viver. Amanhã seria diferente, daria um ponto final em sua vida atual e começaria uma nova.
Desceu a mão até debaixo da cama, sentiu a quente língua de seu companheiro a confortar, levantou-se no escuro, arrastou-se pelo quarto, tateando as paredes – gostava do escuro da noite – entrou no banheiro e fechou a porta, triste mania, se trancar no banheiro mesmo morando sozinha.
Ao pisar no piso gelado sentiu algo úmido no chão – droga, só pode que deixou a janela aberta e a chuva entrou – procurou o interruptor na parede.
Quando a luz se fez seu semblante cansado refletido no espelho sumiu e se tornou uma face de um pavor que nunca antes tinha visto nem nos piores filmes de terror, afinal, aquilo era realidade.
Atrás dela estava Tóbby, pendurado, estripado. No espelho, com seu sangue, estava escrito o seguinte “Não são só os cães que lambem, também posso lamber ”.
No exato momento que leu, ouviu uma trovejada e baterem na porta de seu banheiro.
 BAROOOM!

KNOC! KNOC! TOC! TOC!

https://www.wattpad.com/myworks/80492248-vem-com-a-chuva

segunda-feira, 8 de agosto de 2016



DA COR DOS TEUS CABELOS...

Sol gira sol dourado como é o ouro dar cor de seus cabelos esvoaçando ao sabor do vento com o dourado trigo ,  verdes esmeraldas da cor de seu vestido, se o vento a soprar seus cabelos balançar apazigua me eu te peço pois é teu meu verso... Nas estrelas a brilhar diamantes no negro e imenso espaço vazio a cintilar com o brilho de teus olhos vem a  pele arrepios causar despido de qualquer sentindo vago em teus lábios que desejo já faz um longo tempo. Provoca me com lábios encarnados de magenta tom vibrante e vivo...Cetim veste seu corpo me deixando apaixonado por ti louco deslumbrado e me deixando aos poucos fascinado por este corpo que encanta e inebria aos poucos devorando cada centímetro deste bobo...que apaixonado sempre te elogia.

J.Shynaider


Falta a pecinha pontuda



E no silencio da noite infinita, tudo fica cinza, nao quero chorar, essa lagrima é grito que ninguem escuta.
A cama fria, parece ter pregos, reviso sem conseguir dormir.
O tao adorado sono, descanso dos justos, parace que nao e permitido a mim. Vago pelo vazio que enche tudo a minha volta, meu fim sera hoje ou sera amanha, a solidao nao me abraca, sufoca, seus bracos frios em envolvem. Afaga meus cabelos e so consigo imaginar, qual sera o gosto de um sorriso verdadeiro, de um dia completo, sem sombras sem lagrimas, e nenhuma tristeza?
Como sera essa estranha sensacao de deitar na cama e ter a certeza que amanha sera melhor?
Qual sera a sensacao de abracar alguem que vai te entender num toque numa troca de olhares?
Como sera nao ter que explicar e ser entendido como ninguem intende?
A simplicidade esta na vida de todos menos na minha. Me pego perguntando no meu vazio, que tao mal eu fiz pra ser condenada a passar a eternidade buscando algo que nao foi feito pra mim.
Ja tentei preencher esse vazio de muitas formas, e de repente percebo que esta peça que me falta, acho que por ser tao torta como eu, deve ter sido jogada num buraco negro de inexistencia.
A pedrinha pontuda do meu quebra cabeca nunca sera achada.

By Escorpiana

O simbolo perdido



“– Não contem para ninguém, mas no dia em que o deus-sol Rá é venerado pelos pagãos, eu me ajoelho aos pés de um antigo instrumento de tortura e consumo símbolos ritualísticos de sangue e carne.
A turma toda fez uma cara horrorizada.
Langdon deu de ombros.
– E, se algum de vocês quiser se juntar a mim, vá à capela de Harvard no domingo, ajoelhe-se diante da cruz e faça a santa comunhão.
A sala continuou em silêncio.
Langdon deu uma piscadela.
– Abram a mente, meus amigos. Todos nós tememos aquilo que foge à nossa compreensão.”

Professor Robert- O simbolo perdido

sábado, 6 de agosto de 2016

É dificil ir embora



"Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se ama.
Eu desisti.
Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer."
                Bob Marley

É estranho como às vezes , mesmo contra nossa vontade , temos que partir. Seja de um lugar, seja de uma situação, seja de dentro de alguém... percebi então de quantas coisas lugares e situações eu tive que ir embora mesmo sem querer.
Seja porque era a hora, seja porque existiam motivo relevante ou mesmo não tendo motivo algum aparente.  E quando se tem a sensação de que é hora e não dá mais para ficar ali mesmo querendo. É quando a gente quer ficar mas o cansaço nos impulsiona a seguir novos rumos e alcançar novos voos. Só quem já passou por situações semelhantes sabe do que estou falando: arte de ir embora quando se quer ficar, de abrir mão quando se quer muito ainda, de deixar para lá quando a vontade insiste em estar bem aqui. E quando eu digo arte é bem no sentido literal da palavra mesmo, porque nem sempre as pessoas entendem quando você se vai. Aliás elas quase nunca entendem não é qualquer um que é artista e por isso fica difícil explicar.
É difícil fazer as pessoas entenderem que nem sempre quando se quer é a hora certa. E difício elas entenderem que a gente tira o time de campo mas o pensamento ainda joga o tempo todo. É que lidar com essa ambiguidade é também muito difícil, é difícil para elas entenderam que a gente segue a vida porque a vida também segue mesmo que a gente não queira.
Mas isso pouco importa. Eu só vim mesmo aqui para te dizer que eu não queria ter ido, mas foi. Pra te fazer entender que eu teria escolhido ficar se você tivesse me dado essa opção. Pra te contar que eu só fui porque você me permitiu ir embora. A gente sempre vai embora não é ?
 ...mas eu ainda penso o tempo todo em você.