quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Paralisia do Sono


Abri os olhos... ainda era madrugada...senti um vento gelado soprando em meu rosto...meu corpo todo estremeceu...o quarto estava escuro demais...senti alguma coisa cair pesadamente sobre meu peito me fazendo deixar de respirar por alguns instantes...

Arregalei os olhos na tentativa de ver o que era... estava embaixo do lençol e eu sentia a coisa se mover na direção dos meus pés.  Através do toque na pele era impossível descrever o que poderia ser, mas o medo criava em minha mente criaturas cada vez mais assustadoras.

O que quer que fosse, tinha garras pontudas que arranhavam minha pernas... quando chegou na ponta dos meus dedos, já não as senti mais. De certa forma respirei um pouco aliviada. Quis acreditar que era só minha imaginação fértil me pregando peças. Que nada daquilo era real.

O silencio reinava no quarto e eu achei melhor fechar os olhos e voltar a dormir.

Sabe quando você senti que tem alguém te olhando e aquilo começa a incomodar muito?...abri os olhos e meu coração quase parou...estava de pé na porta entreaberta do quarto, sendo iluminada pela fresta de luz que vazava do corredor...alta, muito alta, magra, quase esquelética...uma criatura que pouco se assemelhava a um ser humano, estava escuro demais para ver sua face, coberta por uma camada de liquido preto que pingava de todo seu corpo...emitia um som agudo que feria os meus ouvidos...estava olhando fixamente para mim...o arrepio no meu corpo aumentava d uma maneira que eu podia me sentir tremendo feito vara verde embora estivesse totalmente parada...a coisa deu um passo na direção da minha cama e a terrível sensação de esta presa na cama me deixou totalmente agoniada.

Eu queria acreditar que não era real, que era só mais um sonho assustador, que eu ia acordar suada, assustada, mas a salvo, fechei os olhos e tentei relaxar, respirar fundo, mas aquele olhar fixo em mim fazia meu coração disparar a ponto de senti-lo subindo pela garganta.

Não consegui, abri os olhos desejando que a coisa não estivesse lá, mas estava, no mesmo lugar, de pé, pingando aquela gosma preta; naquele momento, meus olhos pareciam estar colados naquela criatura medonha, observando em agonia cada um dos movimentos dela. Fazia poucos movimentos com a cabeça e continuava a me olhar e de repente, apontou para a minha cabeceira, só meus olhos se moveram para ver o que ela tentava me mostrar... uma cabeça grande e muito branca, com olhos enormes e pretos, sem nariz e uma boca arreganhada , se curvava sobre a minha, restos de cabelos desciam pela testa, a face completamente desfigurada, carne queimada, tentei gritar, mas nem mesmo minha boca abriu. Maldita paralisia do sono, como amaldiçoei isto naquele momento. A coisa, debruçada sobre mim, estendeu os braços com galhos no lugar das mãos, galhos de arvore mortos, em direção de minha boca... forçou para que eu abrisse e não encontrando muita ou nenhuma resistência, teve êxito...juntei todo ar dos meus pulmões com toda a agonia e medo que eu estava sentindo e forcei um grito que não saiu. Tentei mover meus braços e pernas que não saíram nem um centímetro do lugar.

Estava lá... imóvel...indefesa..de boca aberta...aquela criatura, saída do inferno, abriu a boca e começou a vomitar agulhas, galhos, pedras, lama, penas, folhas, terra, que desciam pela minha garganta cortando, rasgando, eu podia sentir o gosto do meu próprio sangue. Comecei a sufocar, e nem assim meu estomago fazendo algum movimento, eu pedia por socorro em silencio, desejando que algum dos meus músculos respondesse, nem que com um simples espasmo forte suficiente para conseguir acordar minha irmã que com certeza dormia da cama ao lado. Mas nada acontecia... o gosto nauseante de cada coisa nojenta que eu esta endo forçada a engolir...o frio que ficava quente tomando conta do meu corpo...senti meu corpo congelando e depois como se estivesse deitada em brasas. A boca babava na minha quando acabou de colocar pra fora tudo que tinha, ate suas ultimas entranhas... a criatura que ficava imóvel ao pé da porta assistindo toda aquela tortura, agora caminhava rápido para mim, chegou perto e antes que eu pudesse prever algum movimento ela cravou as garras na minha barriga e nesse momento o grito saiu como um trovão. Fechei os olhos de tanta dor. Duas mãos agarraram meus ombros e me sacudiam na cama enquanto parecia que minhas mãos e meus pés estavam presos na cama.

Abri os olhos e lá estava minha irmã me sacudindo e gritando meu nome. A luz estava acessa, recuperei meus movimentos, olhei para os lados, não tinha nada na cabeceira, a porta estava fechada e não havia nenhum liquido preto no chão que pudesse comprovar a presença da coisa no meu quarto. 
Respirei fundo, abracei minha irmã... ela voltou para a cama dela e eu dormi o resto na noite com o abajur acesso...

Acordei com o barulho do despertador, estava muito enjoada, a áncia de vomito me fez jogar as cobertas no chão e correr para o banheiro...vomitei apenas uma baba que parecia encher meu todo meu estomago...quando tirei a camiseta para tomar banho...os arranhões de 3 garras estavam bem fortes marcando minha barriga... 

by Bel

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