domingo, 24 de julho de 2016

Minha morfina



A dor ataca denovo, e acho que dessa vez nada a fara ir embora. Olho pra tras e a medida que o tempo passa, sobra menos de mim.
Do que reclamar, nao posso, eu armei a armadinha e cai nela. Nao tomei de meu proprio veneno, eu me embriaguei dele. E foram as gotas mais doce que meu palada ja experiementou. Meu encanto foi usado contra mim e me vi perdidamente enfeitiçada.
Dessas marcas, tambem nao tenho diteito de reclamar. Eu mesmo permite que me atingisse, eu fiz um convite para que os golpes fossem desferidos.
Porque é isso mesmo que a dor nos faz, nos deixa cegos, eu acreditei, sim ,mesmo sem poder, eu acreditei que era a saida, que havia esperança. Compreendo que nao foi nada racional de minha parte, mas eu acreditei que fosse real, porque a verdade é que foi mais real que muita coisa. Era o que eu precisava, o que buscava e eu acreditei ter encontrado. E quando tentei abraçar, me machuquei.
Nao posso reclamar, a culpa foi toda minha, eu me permite, eu me abri, abri as portas e convidei. A solidao que deu a ideia, mas a iniciativa foi minha, por isso a culpa é minha.
E nao aprendi, eu provavelmente faria tudo denovo e denovo e denovo, porque foi o balsamo que eu procurava, foi o alivio mais rapido num curto periodo. Quando nada servia, nada fazia passar a dor, foi o alivio imediato. A minha morfina. A dor tinha ido embora. Foi tao bom, que chegou a ser estranho. E quanto mais morfina, menos dor e mais vicio. E mesmo sabendo que o remedio nao era meu, eu mentalemnte me apossei dele.
E pensei, acreditei que estaria la, ao meu alcance sempre e toda vez que a dor ameasse, era so correr pra morfina e tudo estaria bem denovo. Totalmente dependente, me dopei o tempo inteiro. Eu acreditei, sem poder, eu acreditei.
E hoje a dor ta de volta e nao faz planos de me deixar.

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